Tuesday, September 30th, 2025

Das franquias de ação aos dramas aclamados: os sucessos do cinema em destaque

O cenário de Hollywood continua a provar sua diversidade, com grandes franquias de ação mantendo seu domínio nas bilheterias, enquanto dramas introspectivos sobre a própria indústria geram fortes burburinhos para a temporada de prêmios. De um lado, temos o sucesso consolidado de Denzel Washington; do outro, a nova aposta de Adam Sandler em um papel que pode render-lhe um Oscar.

A franquia ‘O Protetor’ e seu veredito

Baseada na série de televisão homônima dos anos 80, a franquia “O Protetor” apresentou ao público Robert McCall (Denzel Washington), um homem aparentemente comum que trabalha em uma loja de materiais de construção. No entanto, sua vida pacata esconde um passado como ex-agente de operações especiais que forjou a própria morte para escapar de suas antigas obrigações.

Lançado em 2014, o primeiro filme deu início à saga e, embora bem-sucedido, não é o favorito da crítica. No agregador de notas Rotten Tomatoes, o longa possui 61% de aprovação da imprensa especializada. Já o terceiro filme, “O Protetor: Capítulo Final” (2023), é considerado o auge da franquia. A trama, que leva McCall ao sul da Itália para enfrentar a máfia local, conquistou tanto os críticos (76% de aprovação) quanto o público (impressionantes 94%), consagrando-se como o melhor filme da trilogia.

A nova aposta de Hollywood: Adam Sandler em busca do Oscar

Enquanto franquias de ação consolidadas como “O Protetor” continuam a cativar o público, um outro tipo de filme gera grande expectativa em Hollywood. Adam Sandler, conhecido por sua carreira na comédia, mais uma vez demonstra seu talento dramático em “Jay Kelly”, um filme que já está gerando fortes rumores para o Oscar. Após performances elogiadas em produções como “Arremessando Alto”, “Embriagado de Amor” e “Joias Brutas”, Sandler agora vive Ron, o leal e conflituoso empresário de uma grande estrela de cinema, interpretada por George Clooney, que atravessa uma crise existencial.

A dedicação por trás do personagem

Em uma entrevista recente ao site Deadline, tanto Sandler quanto o diretor Noah Baumbach discutiram a complexidade do personagem. “Eu me baseei em conversas com Noah e em pessoas que observei ao longo dos anos”, explicou Sandler. “É sobre aquela pessoa tão dedicada a um cliente que isso pode causar danos em casa, simplesmente pela quantidade de tempo que exige. Às 3 da manhã, coisas importantes podem surgir na mente dessa pessoa, e você precisa estar lá por ela. É sobre abrir mão da sua privacidade.”

Baumbach complementou a ideia, refletindo sobre como essa dedicação se transforma com o tempo. “Quando você é mais jovem, fica feliz em dedicar o dia todo a isso. Mas, conforme você constrói uma vida e uma família, a situação muda. Hoje eu quero ter o fim de semana com minha família.” Ele menciona uma fala do filme que resume essa dinâmica: “No começo, era divertido. Ele era nosso bebê e nós cuidávamos dele, mas agora temos bebês de verdade.”

Por que Adam Sandler? A visão do diretor

A escolha de Sandler para o papel foi intencional. Baumbach revelou sua proximidade com o ator e como as qualidades pessoais de Sandler inspiraram a criação do personagem. “Adam tem uma generosidade de espírito, um amor e uma lealdade incríveis com as pessoas com quem trabalha e com sua família. É algo notável para mim”, disse o diretor. “Eu senti que, com Ron, seria uma forma de Adam interpretar algo que, na verdade, é bem próximo dele, mas em um personagem que não é tão parecido assim. Na realidade, Adam vive a vida de Jay Kelly [a estrela de cinema], então foi interessante colocá-lo nesse papel de apoio, que é próximo de sua essência, mas de certa forma disfarçado.”

Um espelho de Hollywood com temas universais

Questionado sobre por que contar uma história tão centrada nos bastidores de Hollywood, Baumbach afirmou que o filme usa esse universo para explorar questões universais. “Fazer um filme sobre um ator é fazer um filme sobre persona, performance, identidade e escolhas”, disse ele. “Apesar de se passar em um mundo um tanto exclusivo, sinto que é uma das histórias mais universais que já contei.”

Ele explica que a fama pode ser uma barreira entre a pessoa e sua verdadeira identidade. “A história do sucesso é a mesma história do fracasso. É um obstáculo entre você e quem você realmente poderia ser. No caso de uma estrela de cinema, seu nome ganha um significado diferente. É como se ele tivesse perdido o próprio nome. Acho que essa é uma forma interessante de explorar como todos nós lidamos com a lacuna entre quem nos apresentamos ser e quem realmente somos.”