Há Dias Que Não Morro estreia 3 de Outubro. Peça é a segunda parte da Trilogia da Morte, iniciada pelo premiado Adeus, Palhaços Mortos.
Espetáculo foi concebido e dirigido por Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi a partir do texto de Paloma Franca Amorim
Depois do bem-sucedido Adeus, Palhaços Mortos (prêmios Shell de melhor cenário e Aplauso Brasil de melhores espetáculo de grupo e direção), a companhia Academia de Palhaçosdá início a uma nova fase de pesquisa e passa a se chamar ultraVioleta_s.
Para marcar essa transição, o grupo estreia Há Dias Que Não Morro no dia 3 de outubro no Espaço Cênico do Sesc Pompeia.

Inspirada na discussão sobre segurança e liberdade e na fricção dessa balança em foco na política atual, a encenação busca ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e corpos em paranoia.
Em cena, estão três atrizes em um cubo-jardim feito para agradar.
Elas acordam para seus dias sempre ensolarados, escutam sempre os mesmos pássaros, alegram-se com a mesma nuvem.
As intérpretes viram figuras-bonecas exteriormente idênticas. O público acompanha dia após dia o decorrer dessas figuras.
Suas falas partiturizadas e seus corpos estáticos passam por uma dimerização de tônus que deslocam seus estados diários.
A visualidade é toda pautada por cores vibrantes e formas graciosas, exacerbando um universo confortável das aparências, uma caixa instagramável, uma representação de armadilha moderna para aprisionamentos contemporâneos.
Esse cubo-jardim é um desdobramento do premiado cenário de Adeus, Palhaços Mortos.
Já a trilha sonora se instaura como um mantra e cai como uma âncora em alto-mar.
Hoje vivemos a ficção da realidade e essa obra exacerba a ficção. Numa época em que palavras são jogadas ao léu como se fossem desprovidas de peso e consequência, essa obra satura frases corriqueiras em repetições constantes para provocar movimento.
Há Dias Que Não Morro estreia 3 de Outubro
Estamos enredados em um sistema inerte e cíclico e a dramaturgia em repetição intensifica essa sensação atual, distanciando o espectador para que ele se projete naquele cubo-jardim e criando nele uma espécie de olhar premonitório.
O texto é mutilado ao longo de seu curso e ressignificado com suas próprias palavras em novos contextos.
Antes de entrar na sala de espetáculos, o espectador se depara com uma intervenção do lado de fora do Espaço Cênico.
Na parede, um arco-íris luminoso, composto por luzes em movimento, envolve a porta de entrada e sua fachada. Deitado no chão, em frente à porta, está a figura de um palhaço.
Sua roupa descaracteriza formas realistas de seu corpo – como braços ou pernas maiores do que o comum – e seu rosto está coberto por uma máscara.
No chão, um piso brilhante reflete e enquadra a situação, cria uma outra dimensão do espaço, transformando-o em um loop de si mesmo.
Quando a porta se abre, o público deve passar por cima do palhaço para adentrar a sala de espetáculo.
Essa obra-prólogo foi criada para desequilibrar o espectador antes do espetáculo.
Uma espécie de introdução constituída pela surpresa diante de uma configuração absurda: um arco-íris, um ambiente feliz e o corpo real de um palhaço estendido no chão que problematiza a entrada do teatro.
A intervenção configura-se como um convite para o mundo mágico e absurdo que o espetáculo explorará.

SINOPSE
Três mulheres. Um jardim artificial. Uma rotina sem acidentes ou perigos. Porém algumas coisas ao seu redor as fazem perceber que esse mundo ideal tem também seus limites.
Por que as flores não crescem? Por que os dias são tão curtos? O que há para além do jardim?
SERVIÇO
Há Dias Que Não Morro estreia 3 de Outubro
Há Dias Que Não Morro, de Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Sesc Pompeia – Espaço Cênico – Rua Clélia, 93, Água Branca
Temporada:3 a 27 de outubro
De quinta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30
Informações: (11)3871-7700
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$9 (credencial plena)
Classificação: 12 anos
Duração: 50 minutos
Capacidade: 50 lugares
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